O cenário acadêmico perdeu um grande nome. Faleceu na última semana (dia 02/04), o professor aposentado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (Faufba) Marcos Paraguassu de Arruda Câmara. Graduado em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1974), era mestre em Ciências Sociais pela UFBA (1988) e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São  Paulo (USP)(1995). ‘Paragua’, como era carinhosamente conhecido e reconhecido pelos alunos que fizeram parte de sua trajetória profissional, teve forte atuação nas áreas e temas ligados ao  Urbanismo, à História e à Cidade.

A arquiteta e urbanista Paula Moreira, integrante da diretoria do Sinarq-BA, conviveu por mais de 25 anos com o professor, numa trajetória que iniciou na iniciação científica da UFBA e seguiu por anos em uma atuação política contra projeto de plano diretor urbano de Salvador, que previa a verticalização da orla da capital.  “Ele foi um grande ativista pelas causas da cidade, tanto que estava sempre à frente de movimentos na época em que se seguiram as leis para alterar o Plano Diretor de Salvador”, recorda Paula.

A admiração da arquiteta e urbanista pela pessoa Paraguassu e pelo mestre Paraguassu rendeu uma homenagem nas redes sociais durante os últimos dias. Texto que reproduzimos aqui:

“Meu amigo Paragua, professor Marcos Paraguassu, nos mostrou vários caminhos que a arquitetura e urbanismo poderia percorrer. Foi um militante político que lutou pela democratização do país no período mais duro da ditadura militar. Contava-nos deste momento a partir de uma perspectiva criativa e ativa. Posteriormente, já como um profissional e professor, ele investigava problemas e aí, se debruçava exaustivamente sobre suas possíveis soluções, buscando sempre nos ensinar. Assim foi quando coordenou os planos diretores urbanos pela CAR, ou quando participou do ZEE do Estado da Bahia. Foi um planejador visionário e, sem dúvida, o mundo seria melhor se suas ideias tivessem sido implementadas. Com sua visão social, política e de historiador, compreendia o espaço urbano de forma ampla e integrada. Foi a primeira pessoa que me trouxe o conceito de território, quando quase ninguém tratava desta categoria de análise no contexto do planejamento urbano. Foi alguém que enxergava além do horizonte. Por fim, foi um grande e querido amigo. Divertido e presente. Alguém para não ser esquecido. Alguém para continuar vivo no plano das ideias e nos corações.”

Paula Moreira
Arquiteta e Urbanista

 

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